Tempo de nada*
Gm Dm
Tempo de nada
E7 A7
o automóvel, a televisão
Dm Dm/C
Tempo de nada, o ar refrigerado
E7 A7
o condicionamento, a repetição
Gm Dm
O automóvel me roubou ao ônibus
E7 A7
que me roubou um dia a caminhada
Dm Dm/C
perdi o ar da madrugada
E7 A7
o ar refrigerado me condicionou.
Gm Dm
Televisão falando em minha sala
E7 A7
calou a voz, o riso da amada
Dm Dm/C
roubou o rosto colorido
E7 A7
encheu de azul tremido a luz enfumaçada
Gm Dm
O sexo aprendido,
E7 A7
um repetido cavalgar mecânico
Dm Dm/C
rosto, boca mal beijada
E7 A7
tempo de sozinho, tempo de nada
(* baseado em versos de um poeta
pernambucano; não sei o nome dele.)